quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Ontem sem fim.

Eu o encontrei em uma noite bem gelada. Eu sinto muito frio, e aquele dia estava anormal.
Quando nos encontramos, não trocamos nenhuma palavra. Talvez meia.
Sempre falo com ele quando estou sozinha, mas quando nos encontramos, é muito difícil achar palavras ou manter o pensamento claro e objetivo.
Fomos andando não sei pra onde, ao certo não sei. Ele sempre anda mais rápido que eu - péssimo hábito ou faz sempre de propósito.
Quando nos encontramos, as coisas saem dos eixos.
Não tem eixo. Não tem linha. Não tem direção.
Nem luz tem. Não tem jeito.
Pelo que me lembro, paramos em algum lugar familiar.
Estava claro. Não, estava escuro, ao certo não sei.
Nenhuma palavra.
Nenhum gesto.
Só impaciência e medo.
Medo?
Hoje pensei na necessidade de palavras naquele momento, enfim...
Já foi, já passou.

Dose diária de Chico!

RETRATO EM BRANCO E PRETO (Tom Jobim/Chico Buarque)

Já conheço os passos dessa estrada
Sei que não vai dar em nada
Seus segredos sei de cor
Já conheço as pedras do caminho
E sei também que ali sozinho
Eu vou ficar, tanto pior
O que é que eu posso contra o encanto
Desse amor que eu nego tanto
Evito tanto
E que no entanto
Volta sempre a enfeitiçar
Com seus mesmos tristes velhos fatos
Que num álbum de retrato
Eu teimo em colecionar
Lá vou eu de novo como um tolo
Procurar o desconsolo
Que cansei de conhecer
Novos dias tristes, noites claras
Versos, cartas, minha cara
Ainda volto a lhe escrever
Pra lhe dizer que isso é pecado
Eu trago o peito tão marcado
De lembranças do passado
E você sabe a razão
Vou colecionar mais um soneto
Outro retrato em branco e preto
A maltratar meu coração

Amiga Imaginária?

Eu tenho uma amiga
Quase imaginária.
Ela nunca aparece,
E sempre se faz de rogada.
Ela é muito ocupada,
Além de morar longe.
Ela existe mesmo? - me pergunto,
Ou estou alucinada?
Ontem eu a encontrei
Ou posso estar viajando.
Ela até me deu um presentinho:
Um coração com asinhas de anjo!
Apesar de ser uma pessoa querida,
Eu até a vejo toda hora.
Não pude deixar de perguntar:
"Você quer alguma coisa em troca?"
Ela não deixou de rir,
E disse que não precisava - na verdade, nem queria.
A nossa amizade tem garantias.
Ela é uma gracinha,
Te adoro amiguinha!

domingo, 3 de outubro de 2010

Rio, 25.08.10.

Amar, amor, o mar.
Amar, amor, amar...
Calma, calma, amor.
A dor do amor não vai passar.
Basta, amor, amar o mar.

sexta-feira, 23 de abril de 2010

Ele não disse adeus.

Virou-se e andou.
Chegou a dizer algumas coisas,
mas não quis repetir pra ela entender.
Foi andando normalmente.
Não percebeu o que ela sentia naquele momento.
A dor
a cor da dor
o som
o som da dor.
Não adianta.
Ela ficou parada, olhando.
Ele foi.
E não disse adeus.

quinta-feira, 22 de abril de 2010

Como se fosse urgente.

Como se fosse urgente
ela desesperou-se mais uma vez.
Sem pensar repensar pensou!
E fez.
Como se fosse urgente e necessário.
As lágrimas que aqui estão
secarão
sumirão
tornarão
manchas naquilo daquilo
que um dia
já foi bom e preciso.
Passou.
Como se fosse urgente.
Mas não é!


Ps: Para Carol!

Uma segunda chance para o amor.

Eu acredito nas memórias,
mas elas não parecem reais.
Eu estarei lá para a sobremesa.
Eu prometo.