Verão lembra férias, que lembra calor, que lembra piscina, que lembra praia, que lembra viajar, que lembra férias, que lembra verão!
Gosto do colorido e do informal do verão. As pessoas ficam mais tranqüilas, relaxadas, bonitas, sorriem mais... Isso tudo cria um clima, uma atmosfera apaixonante e "pegativa", se é que vocês me entendem. Então porque será e como surgiu a expressão " amor de verão não sobe serra?"
[É assim mesmo,né? Bom, se não é, vai passar a ser!]
Tá, vamos lá, estou aberta à interpretações.
A primeira, me parece óbvia: amor de verão não sobe serra porque prefere praia, prefere aquele climinha gostoso de descontração, de calmaria, ritmo balanço de rede...
Ou será porque esse clima todo, de oba-oba, vira bagunça generalizada, potencializada em fevereiro, mês carnavalesco, onde ninguém é de ninguém - e nem quer ser?
[Boa pergunta!]
Uma coisa é fato: verão é época de paixão. Até rimou!
Não existe uma pessoa que não se lembre de uma paixonite aguda nessa época.
Não tem.
Nem consigo inventar, se fosse preciso para comprovar minha idéia.
E isso tem um certo sentido pra mim. Já li, há muito tempo, 'Sonho de uma noite de verão', Shakespeare, uma obra perfeita, apaixonante. A obra se passa na Grécia mítica e conta-nos a história de seres mágicos, élficos, personagens mitológicos. E tudo isso se passa com muita magia, onde o encanto e a realidade são descritos em uma só dimensão.
Pois bem, isto posto, podemos prosseguir.
[Não vou resumir o livro, posso fazer isso em outra ocasião.]
"Nesse mesmo instante pude ver, o que a ti fora impossível, como Cupido, inteiramente armado, se atirava entre a terra e a lua fria. A mira havia posto numa bela vestal que o trono tinha no ocidente; com energia e decisão dispara do arco a flecha amorosa, parecendo que cem mil corações ferir quisesse.
No entanto eu pude ver a ardente flecha do menino esfriar-se sob a influência da aquosa lua e de seus castos raios, continuando a imperial sacerdotisa seu virginal passeio, inteiramente livre de pensamentos amorosos. Vi bem o ponto em que caiu a flecha do travesso Cupido: uma florzinha do ocidente, antes branca como leite, agora purpurina, da ferida que do amor lhe proveio. "Amor ardente" é o nome que lhe dão as raparigas. Vai buscar-me essa flor; já de uma feita te mostrei essa planta. Se deitarmos um pouco de seu suco sobre as pálpebras de homem ou de mulher entregue ao sono, ficará loucamente apaixonado por quem primeiro vir, quando desperto. Vai buscar-me essa planta; mas retorna antes de duas léguas no mar vasto nadar o leviatã." ( fala de Oberon, rei dos Elfos)
É isso! O Cupido, descuidado, deixou uma flecha cair. Esta flecha, por sua vez, atinge uma florzinha, que antes pura e simples, tranforma-se em grandiosa estrela!
Imagina: alguém se apaixona por você, alguém que você muito deseja...
Porém...
"Por tudo quanto tenho lido ou das lendas e histórias escutado, em tempo algum teve um tranqüilo curso o verdadeiro amor!" ( Lisandro)
E isso tudo, no final, não passa de um sonho de uma quente noite de verão...
Só para terminar, vou citar uma das minhas melhores aquisições de 2008 : Caio Fernando Abreu.
"Repito sempre comigo: sossega, sossega - o amor NÃO é para o teu bico!" [ mesmo no verão...]